Clemens Poloczek, diretor criativo da iGNANT Production, criou para a A.Lange & Söhne uma série fotográfica que tem como protagonista o clássico 1815 Annual Calendar. A abordagem visual adotada prende-se com a mudança de perspetiva das coisas e o transformar das histórias que lhes estão relacionadas numa verdadeira experiência: «A Arte da Espera» é o tema deste trabalho.

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Os portugueses têm fama de saber fazer esperar, e talvez saber esperar não faça parte das nossas primeiras qualidades. Mas deixando generalizações de parte, a verdade é que saber esperar pode ter o seu quê de arte, porque nem todos saberão certamente aproveitar da melhor forma os momentos de espera… No fundo, falamos de tempo. Tempo pelo qual temos de passar sem sempre sabermos bem o que fazer dele…

Pois bem, pegando na temática da ‘Espera’, Clemens Poloczek, diretor criativo da iGNANT Production, criou para a A.Lange & Söhne uma série fotográfica que tem como protagonista o novo 1815 Annual Calendar.

A abordagem visual adotada prende-se com a mudança de perspetiva das coisas e o transformar das histórias que lhes estão relacionadas numa verdadeira experiência. «Porque é que há sempre grandes planos do produto? Se mostramos logo tudo desde o início, perde-se a excitação», afirma Clemens Poloczek.

Mais do que dar ênfase ao relógio, a ideia é mais tentar descobrir quem são e como são os seus utilizadores, deixando de parte questões óbvias relacionadas com os mecanismos e os materiais.

“A Arte da Espera” com o 1815 Annual Calendar © André Hemstedt e Tine Reimer
“A Arte da Espera” com o 1815 Annual Calendar © André Hemstedt e Tine Reimer

«A espera, por exemplo, é um tema que pode parecer trivial à primeira vista, mas é algo que está impregnado na nossa vida do dia a dia», explica Poloczek, pelo que expor a estética dos temas quotidianos é que se revela mais apelativo: «Estas pessoas esperam enfaticamente; não ficam nervosas, mas sucumbem à situação».

Da autoria de André Hemstedt e Tine Reimer , as fotografias que compõem a série “A Arte da Espera” são contrastantes. «Hoje em dia, esperar é encarado como algo de negativo – mas não há nada que se possa fazer relativamente a isso». No fundo, uma grande parte da nossa vida passa por momentos de espera em diferentes posições, pelo que as imagens criadas exploram essa vertente, apresentando maneiras e estilos de esperar de um indivíduo que tem no pulso um 1815 Annual Calendar da A.Lange & Söhne.

“A Arte da Espera” com o 1815 Annual Calendar © André Hemstedt e Tine Reimer
“A Arte da Espera” com o 1815 Annual Calendar © André Hemstedt e Tine Reimer

Clemens Poloczek ficou fascinado pela «preciosidade e perfeição artesanal tangível» do 1815 Annual Calendar, um modelo apresentado na edição de 2019 do SIHH. Dotado de data analógica, ponteiros para o dia e o mês, e também uma indicação das fases da Lua, o relógio surge retratado de modo ambíguo na maior parte das fotografias.

A platina de três quartos feita de alpaca, os parafusos azulados, os chatons em ouro aparafusados e o galo do balanço gravado à mão que encontramos neste relógio de pulso são elementos distintivos dos movimentos dos históricos relógios de bolso. Mas, estes elementos foram elegantemente reproduzidos e transpostos para o presente. Com uma escala periférica dos minutos do tipo caminho de ferro, algarismos árabes e ponteiros que são temperados e revenidos a azul, o mostrador também se inspira na estética dos relógios clássicos.

“A Arte da Espera” com o 1815 Annual Calendar © André Hemstedt e Tine Reimer
“A Arte da Espera” com o 1815 Annual Calendar © André Hemstedt e Tine Reimer

Poloczek ficou surpreendido pelo facto de, apesar de ser inspirado em elementos históricos, o 1815 Annual Calendar se enquadrar num ambiente moderno: «Com o seu design clássico e decididamente minimalista, combina com o zeitgeist, o sinal dos tempos associado à nova geração», acrescenta Poloczek. «A era digital faz-nos ansiar por experiências tácteis e valores analógicos. O calendário anual oferece-nos isso mesmo, como se pode confirmar de modo vibrante pelas imagens – e também, ou especialmente, porque o enfoque não está apenas no relógio».


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