Lançado em 1976, o Nautilus foi inicialmente contestado, mas acabou por se tornar num modelo incontornável da coleção da Patek Philippe — e, consequentemente, num ícone da relojoaria. E no ano passado este relógio surgiu declinado numa nova variante com calendário perpétuo que tem deixado os colecionadores a salivar…

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Por Miguel Seabra


Perpetuamente clássico

Quando a venerável Patek Philippe desvelou o primeiro Nautilus, houve quem clamasse por sacrilégio. Tratava-se de um relógio sobredimensionado em aço e de arquitetura vanguardista que rompia com o passado clássico da manufatura genebrina – mas que, na altura, representava uma tendência específica igualmente procurada por outras casas relojoeiras de nomeada.

Os anos 70 deram origem a uma nova geração de jet setters mais desenvolta, que procurava um relógio de luxo moderno que pudesse ser utilizado tanto num iate como num casino. E que não teve problemas em aderir às novas e revolucionárias correntes de design.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe

Gérald Genta contribuiu muito para o estabelecimento da construção integrada como vetor principal do design relojoeiro dessa década de 70, e o Nautilus foi protagonista da nova geração.

Apesar de alguma renitência inicial, lá foi adotado pelos clientes habituais da marca que desejavam uma alternativa mais robusta para os seus delicados Calatrava ou grandes complicações vulneráveis a atividades mais radicais.

Mais de quarenta anos depois, o Nautilus Perpetual Calendar veio precisamente dotar a linha Nautilus de uma complicação típica de alta-relojoaria, após variantes dotadas de calendário triplo anual, de segundo fuso horário ou de cronógrafo.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe

E se o Nautilus original demorou algum tempo a pegar, o Nautilus Perpetual Calendar tornou-se num sucesso instantâneo com reflexo imediato em longas listas de espera. Os caraterísticos elementos de estilo estão todos lá, desde o formato à bracelete e ao típico mostrador azul raiado.

A diferença reside, obviamente, num rosto mais carregado pelas indicações inerentes a um calendário perpétuo e a um movimento mais complexo. Sem esquecer a escolha do material: o ouro branco.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe


No pulso

O formato da caixa parece oval; na realidade, a luneta é um octógono com ângulos suavizados acompanhado por duas charneiras laterais – duas ‘orelhas’ que tão bem definem esteticamente o Nautilus, mas que não são apenas um exercício de estilo: são funcionais porque estão incluídas no sistema de estanqueidade com dobradiças.

Os 40 mm de diâmetro assentam muito bem no pulso; curiosamente, o Nautilus ‘Jumbo’ original tinha 42 mm.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Hubert de Haro
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Hubert de Haro


Segredos da caixa

Estanque a 60 metros, a caixa em ouro branco apresenta um nível de acabamento excecional – com alternância entre superfícies polidas e a escovadas de padrão vertical na luneta, sendo os ângulos igualmente polidos. As indicações inerentes ao calendário perpétuo podem ser rapidamente ajustadas com o recurso a botões discretamente embutidos na caixa: a correção do dia da semana faz-se às 9 horas, a da data entre as 11 e as 12 horas, a do mês entre as 12 horas e a 1 hora, e a das fases da Lua às 6 horas.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe


Bracelete melhorada

A bracelete, também em ouro branco, prolonga o tipo de acabamento de superfície patente na caixa e na luneta com elos polidos (ao centro) e escovados (laterais).

De modo a melhorar o conforto no pulso e aumentar a segurança de utilização, a Patek Philippe introduziu um novo sistema patenteado de fecho de báscula assente em quatro garras independentes que otimiza a abertura.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe


Disposição tricompax

As indicações do calendário perpétuo estão dispostas de maneira analógica, com ponteiros em três submostradores: dia da semana e registo das 24 horas às 9 horas; mês e ciclo dos anos bissextos às 3 horas; data e fases da Lua às 6 horas.

O submostrador da data que inclui a janela para as fases da Lua é ligeiramente maior. O disco lunar apresenta uma tal precisão que só precisa de ser ajustado em um dia ao cabo de 122 anos.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe


Desportivo mas esbelto

Com apenas 8,32 mm de espessura, o Nautilus Perpetual Calendar passa a ser o modelo com calendário perpétuo mais fino da Patek Philippe. A vigente construção tripartida da caixa, com fundo transparente, substituiu a construção original em monocasco com luneta acoplada aquando da grande renovação da linha nas comemorações do 30.º aniversário do Nautilus. Mas mantém-se o design integrado, tão caraterístico de Gérald Genta e da década de 70.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe


Automático com microrrotor 

A motorização é proporcionada pelo calibre automático ultraplano 240Q, que se destaca pelo microrrotor em ouro de 22 quilates com gravação da cruz de Calatrava.

Composto por 275 peças, incluindo os patenteados balanço Giromax e espiral Spiromax de elevado rendimento, bate a 21.600 alternâncias/hora e tem um máximo de 48 horas de reserva de marcha. O superlativo trabalho decorativo inclui Côtes de Genève e o polimento dos ângulos.

Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek PhilippePatek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe
Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 | © Patek Philippe


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Patek Philippe Nautilus 5740/1G-001 no site
espiraldotempo.com